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Anatomia da Vagina e da Vulva

Não iremos falar do aparelho genital feminino como um todo. Falaremos somente da vagina e da vulva e de suas alterações anatômicas e fisiológicas quando da excitação sexual.

VAGINA 
Com certeza, a vagina é, em parte, um”território” desconhecido por boa parte das mulheres e por grande parte dos homens que a consideram como sendo, somente, um “canal de carne” onde introduzir o pênis e, depois disso, nele ejacular. Pode parecer até grosseira esta descrição, mas é a realidade dos fatos em certas comunidades onde até a mínima educação sexual é ainda vista, em pleno terceiro milênio, como sendo imoral e perigosa para os adolescentes e até para os adultos.

Fugindo um pouco do tema, pode-se afirmar que muitas religiões e muitos grupos leigos puritanos veem na educação sexual a porta de entrada para a promiscuidade sexual, o sexo desenfreado e até a gravidez precoce. Parecem preferir que as crianças e os adolescentes “aprendam” o que é sexo e sexualidade nos banheiros dos colégios (se eles forem para a escola) ou nas ruas com pessoas despreparadas e, às vezes, pervertidas.

Retornando ao nosso assunto – a vagina – podemos dizer que trata-se de um conduto musculomembranoso que desempenha, em ordem cronológico, quatro importantes funções:
a – Sustentar os órgãos adjacentes (bexiga e intestino);
b – Escoar o fluxo menstrual;
c – Abrigar o pênis durante a cópula;
d – Passagem do feto durante o parto transvaginal ( o chamado parto “normal”).

Quando ela está em repouso, consiste num canal virtual, isto é, as paredes estão em contato entre si. Seu comprimento é de 8 – 10 centímetros em média.
Quando a mulher está excitada, a vagina se alonga de até 3 – 4 centímetros para poder “acomodar” o pênis, sem que ocorram traumatismos e desconforto.
Na mulher adulta, a mucosa que recobre as paredes internas da vagina apresentas “rugas”.
Na infância e na mulher menopausada, pela ausência dos hormônios femininos, a mucosa apresenta-se lisa, friável ao atrito e sem lubrificação natural, o que pode causar dispareunia (dor durante o coito) e até sangramentos.

A seguir podem ser visualizadas duas ilustrações bastante explicativas do Aparelho Reprodutor Feminino.

Existe no introito vaginal das mulheres virgens, uma membrana, na maior parte dos casos, delgada e que é chamada hímen (do grego: hymén = membrana). Seu aspecto é variável, e possui uma ou várias perfurações, para deixar escoar o sangue menstrual. Não iremos falar da função do hímen na vida sexual da mulher, a não ser, indiretamente, nas religiões ou grupos ultraortodoxos que o “veneram” como sendo o maior símbolo da virtude da mulher. É a chamada “himenolatria”, da qual falarem em outro artigo.

Sua função real é desconhecida, ainda que alguns ginecologistas achem que sirva para proteger a criança de infecções genitais.

A seguir, várias fotografias de himens em mulher adultas, adolescentes e crianças:

 

Também, não falaremos do tão discutido e misterioso Ponto G (G – spot), o qual seria para muitos e muitas que o encontraram (?) a maior fonte de orgasmo para a mulher, superior em intensidade e qualidade ao daquele proporcionado pela manipulação do clitóris.
É uma discussão somente acadêmica que não interessa agora.
A letra G é a inicial do sobrenome Gräfenberg (Ernst Gräfenberg – ginecologista alemão) que relatou tê-lo encontrado na vagina de algumas suas pacientes e que sendo convenientemente estimulado”disparava” fortes orgasmos.

VULVA
Para muitos, de modo especial os de sexo masculino, a vulva, anos atrás, quase não existia como parte anatônica da mulher. Explicando melhor, era considerada somente a “porta de entrada” da vagina e sem grande importância na vida sexual da mulher. Sabia-se, contudo, que o clitóris estava na parte superior da vagina e abaixo do púbis, e que sua estimulação com os dedos, os lábios e com a língua (cunnilingus – do latim clássico: cunna = vagina e lingus = língua) ou com qualquer outro método proporcionava prazer sexual na mulher.

Sempre foi praticado desde as antiguidades mais remotas, mas sempre de modo reservado. Não era realizado com as esposas, pois era uma prática sexual vulgar a ser usadas com as prostitutas.

Cunnilingus ou cunilíngua (em português) ou sexo oral, como é chamado atualmente, foi “liberado”, juntamente com muitas outras práticas sexuais até então em uso entre alguns poucos “pervertidos”, com o advento da revolução sexual, também entre casais legalmente constituídos.

As demais partes que compõe a vulva não eram consideradas como sendo atrativas e estimulantes para a atividade sexual e para o prazer.

A vulva, então, se compões das seguintes estruturas:

a) Púbis ou Monte de Vênus;
b) Grandes Lábio
c) Pequenos Lábios;
d) Clitóris ou Clitóride;
e) Vestíbulos Vulvar;
f) Orifício da Uretra;
g) Hímen;
h) Períneo.

 

 

a) Púbis ou Monte de Vênus
O púbis é constituído por um panículo adiposo e é recoberto, na mulher adulta por abundantes pelos. Sua função acredita-se ser a de “amortecer” durante o coito os golpes provenientes do púbis do parceiro. É, portanto, uma proteção do osso púbico. Em algumas mulheres, devido sua rica inervação sensitiva, seu atrito rítmico com os dedos ou a palma da mão pode provocar excitação sexual, levando – as até o orgasmo.

Abaixo dele, situam-se os grandes lábios.

Até a puberdade ele é desprovido de pelos devido os baixos níveis de estrogênio.

 

 

b) Grandes Lábios
Os grandes lábios são pregas formadas por tecido fibro gorduroso. Apresentam abundantes glândulas sebáceas e sudoríparas. São recobertas de pelos, continuação dos do púbis, iniciando logo abaixo do púbis e terminando no períneo e, normalmente, “escondem” os pequenos lábios e portanto o vestíbulo da vagina. Sendo assim, formam uma barreira, uma proteção à vagina contra penetração de corpos estranhos e traumas. Correspondem à bolsa escrotal masculina.

 

 

c) Pequenos Lábios
Os pequenos lábios ou ninfas são duas membranas cutâneo mucosas que estão situadas por dentro dos grandes lábios. Apresentam grande quantidade de glândulas sudoríparas e sebáceas, sendo desprovidas, ao contrário dos grandes lábios, de pelos. Por serem ricamente vascularizadas e fornecidas de grande inervação, quando a mulher está excitada sexualmente aumentam de volume e sua coloração torna-se vermelhas. Em repouso,normalmente estão coladas entre si devido a presença de muco “pegajoso”. Envolvem o clitóris por cima formando assim o prepúcio ou o capuz do clitóris e, por baixo, formando o “freio”.

São considerados homólogos ao corpo esponjoso do pênis, medindo aproximadamente 5 cm de comprimento por 0,5 cm de calibre (espessura).

Os pequenos lábios podem apresentar-se em várias formas e tamanhos e com superfície diversificada (lisa, granulosas, ondulada).

Existe um corriqueiro conceito estético de que os pequenos lábios devem ser “pequenos” de verdade e de que, portanto devem estar escondidos e sem ultrapassar os grande lábios. Contudo, isso acontece, normalmente, na idade pré-puberal. Após a puberdade, por ação dos estrógenos, ocorrem alterações estruturais na anatomia da vulva, fazendo sim que muitas vezes os pequenos lábios se projetem bem além dos grandes e assumam formas e tamanhos bem diferentes.

Essas alterações não causam desconforto físico na mulher, nem durante o ato sexual. Porém, muitas mulheres e, frequentemente seus parceiros fixos ou eventuais os consideram “feios” à vista. Em nossa época, onde a perfeição do corpo é supervalorizada, apresentar pequenos lábios “desagradáveis” à visão, está levando boa parte dessas mulheres a realizar a chamada “ninfoplastia”, isto é, uma redução em tamanho e volume dos pequenos lábios através de cirurgia plástica.

Por enquanto não nos interessa falar sobre esse assunto, pois, como em tudo, não existe o certo ou o errado em realizar a ninfoplastia.

Contudo, quando a mulher torna-se retraída, desiste de sua vida sexual ou, pelo menos, ela torna-se complicada e traumática por causa desta suposta alteração genital, a cirurgia deve ser considerada.

Em certas culturas, os pequenos lábios proeminentes eram valorizados, por ser considerados um modelo de beleza e atração sexual.

A seguir, várias fotografias ilustrativas de pequenos lábios fora das normas estéticas atualmente em voga.

 

 

d) Vestíbulo Vulvar
O vestíbulo vulvar é, em verdade, um espaço virtual , o qual se estende da superfície anterior do hímen ao frênulo do clitóris anteriormente, posteriormente à fúrcula. Lateralmente, o vestíbulo vulvar é delimitada pela linha de Hart (linha de transição entre epitélio escamoso não queratinizado e epitélio queratinizado, logo antes do início dos pequenos lábios).

Internamente, encontramos o meato uretral, as aberturas dos ductos de Bartholin e de Skene, o introito vaginal e, finalmente, as aberturas das glândulas vestibulares menores.

e) Clitóris
O clitóris ou, menos frequentemente, clitóride, e considerado o mais importante ponto erótico da mulher e é, erroneamente, considerado o homólogo do pênis. Erroneamente, porque ele não apresenta corpos cavernosos e uretra. Sendo assim, ele aumenta de volume pelo afluxo intenso de sangue arterial durante a excitação, porém o retorno venoso se processa de modo normal (ao contrário do que ocorre no pênis quando está ereto e rígido) fazendo sim que ele não possua algum tipo de rigidez. Existem sim milhares e milhares de fibras nervosas sensitivas do mesmo modo do que na glande do pênis.

Aparentemente, é até mais sensível do que a glande, pois muitas mulheres referem apresentar grande desconforto ao ser “manipulado” diretamente seja por elas mesmas seja pelo parceiro ou parceira.

Do ponto de vista estrutural quando não existe excitação sexual, o clitóris é composto de:
raízes, em número de duas;
corpo ou haste;
glande.

O corpo mede, aproximadamente, 2,5 3 mm e a glande cerca de 6 – 7 mm, sendo seu diâmetro por volta de 7 mm.

As duas raízes, oblíquas em direção à vagina e abrigadas no tecido subcutâneo, formam um V, em cujo vértice se insere o corpo do clitóris. As raízes são chamadas de modo impróprio de corpos cavernosos. Em verdade, são mais parecidos com o corpo esponjoso do pênis, e se dilatam pelo afluxo de sangue arterial permitindo assim que o corpo e a glande possam aumentar de volume sem apresentar, porém, rigidez.

De todas essas estruturas é somente bem visível a glande, enquanto a haste é bem mais difícil distingui-la quando em repouso e até durante a excitação.

Contudo, como poderá ser visto a seguir, no caso de hipertrofia do clitóris ou por causas naturais ou por ter sido a mulher submetida à influência de andrógenos, é possível fazer esta distinção.

 

Dissecação durante cirurgia ginecológica do clitóris e de suas duas raízes.

Estão bem visíveis as três partes que compõe o clitóris.

Ação dos andrógenos causando virilização dos genitais femininos e consequente hipertrofia do clitóris.

 

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  O Instituto Fichera de Ginecologia e Sexologia Médica começou suas atividades em 1992, após ter sido “gestado” durante alguns anos em nossas mentes. Esta gestação foi necessária, pois nós desejávamos ... Read More »