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Fases biológicas da resposta sexual humana

Para compreender, ainda mais, o que ocorrer no indivíduo considerado normal e no disfuncional, devemos, também, falar das Fases Biológicas da Resposta Sexual Humana.

Antigamente (final do século XIX), os primeiros médicos a se interessar na função ou relacionamento sexual consideravam importante somente o aspecto fisiológico dele. O maior especialista da época e provavelmente o pioneiro dos estudos científicos da sexualidade humana, o inglês HAVELOCK ELLIS – médico, psicólogo, sexólogo e ensaísta, por certo considerava que também a atração sexual, erótica era indispensável para o início e a continuidade do ato sexual. Contudo, acreditava ser importante somente analisar e estudar a cadeia das reações orgânicas funcionais.

Ele abordou os diferentes temas ligados à sexualidade humana (às vezes, sofrendo virulentas críticas por parte dos “moralistas” da época – é a lendária época vitoriana, famosa por suas proibições sexuais e hipocrisia generalizada, que consideravam muitos de seus escritos pornográficos), num poderoso tratado de seis volumes, escritos entre 1897-1928, que ele chamou de “Studies in the psychology of sex”. Por décadas foi considerado a “Bíblia” da sexologia, condicionando também, até nas décadas de ’60 e de ’70 do século passado, os estudos de MASTERS & JOHNSON, HELEN SINGER KAPLAN e tantos outros eminentes sexólogos.

A ideia básica de ELLIS era que ocorriam somente duas “fases” bem distintas no ato sexual: uma fase de tumescência e uma fase de detumescência. Nós entendemos corriqueiramente como tumescência como sendo congestão e detumescência como sendo descongestão. Isto é, congestão e descongestão são para nós o sinônimo de fluxo de sangue e defluxo de sangue nos genitais, mas para ELLIS tumescência e detumescência eram sinônimos de acúmulo de uma tensão sexual, que seria então “descarregada” após o orgasmo.

Freud chegara a umas ideias semelhantes quando falou da libido, ainda que esta palavra fosse já usada, em alguns casos relacionadas a conceitos não sexuais, há muitos séculos e por muitos autores.

Freud teve o grande mérito de ligar esta palavra e o conceito que ela expressava aos seus estudos sobre a sexualidade.

A ideia bifásica de ELLIS (tumescência e detumescência) se manteve viva durantes décadas, até MASTERS & JOHNSON em 1966 propor um novo “esquema” da resposta sexual humana, que aproveitava, contudo, ainda a ideia de ELLIS.

 

A resposta sexual humana foi, então, por eles esquematizada assim:

O gráfico a seguir é representativo do ciclo sexual masculino conforme ideias de Masters & Johnson. Nele não está representado o período refratário. O período refratário (no sentido de não responder) que se segue imediatamente ao orgasmo, por mais que o homem se estimule ou seja estimulado, após seu pênis tiver alcançado o estado de flacidez, demorará algum tempo para que possa manifestar – se  um novo ciclo sexual. A duração temporal do período refratário pode variar, dependendo da idade, desejo, estímulos, fatores ambientais, saúde física e vários outros, de vários minutos a horas e até dias.

Gráfico da resposta sexual feminina.

No gráfico acima pode ser visto que na mulher, sempre segundo Masters & Johnson, existem, basicamente, três possibilidades de resposta.

Na situação A, a mulher tem uma fase de excitação rápida, seguida de um platô relativamente longo, para depois alcançar o orgasmo. Depois do orgasmo, apresenta uma leve queda de tensão sexual, que aumentará, se for convenientemente excitada, para depois alcançar outro orgasmo. Depois, a tensão sexual decai até transformar-se na fase de resolução, que se desfaz de modo lento.

Na situação B, a fase de excitação é mais lenta, gradual e atinge a fase de platô, a qual se prolonga de modo irregular por um tempo bem longo, sem contudo atingir a fase de orgasmo, para depois apresentar uma fase de resolução que decai mais lentamente. A mulher nessa fase pode referir que “sente-se” agradavelmente satisfeita, sensível aos toques do parceiro ou dela própria, mas não apresenta a “liberação” de toda a tensão sexual representada pelo orgasmo.

Na situação C, inicialmente a mulher apresenta graus irregulares de excitação. A seguir, a excitação se torna mais vigorosa, apresentando uma fase de platô relativamente curta. Ela chega ao orgasmo e depois de desfrutá-lo, apresenta uma fase de resolução rápida.

Estes três gráficos representariam, pelo menos em teoria, o que é relatado por diferentes mulheres quando se pergunta de descrever o que “sentem” desde o início até o fim de seus coitos.

Por certo, há a possibilidade de algumas vezes, durante sua vida sexual, a mulher experimentar os três tipos ou somente dois, o sempre, uma minoria, apresentar sempre o mesmo desempenho.

Masters & Johnson, contudo partiram do pressuposto que o ser humano, submetido a estímulos excitante visuais, auditivos, olfativos, táteis e imaginativos, de imediato apresentavam uma excitação sexual. Esta excitação, que pode variar entre minutos e até horas, corresponde à estimulação fisiológica e/ou psicológica para o ato sexual. Na mulher ocorre normalmente a umidificação ou lubrificação da vagina. Em algumas pode ocorrer, de imediato, a ereção do clitóris e/ou dos mamilos. No homem, está fase se manifesta com a ereção peniana, na qual o pênis pode ficar totalmente ereto e rígido em função do grau de excitação (ver a anatomia e a fisiologia do pênis).

Pode ocorrer já a saída pela uretra de líquido lubrificante hialino produzido pela glândula de Cowper (também denominada de Bulbo Uretral). Este líquido lubrifica o canal uretral para facilitar a emissão do esperma, que se tornaria dolorosa sem a presença desse líquido lubrificante. É importante esclarecer que no líquido lubrificante já podem ser encontrados espermatozoides, que em certas condições especiais, havendo já a penetração vaginal, podem produzir a gravidez.

Há uma fase congestiva e uma miotônica, que formarão aquela que os especialista chamam de “ plataforma orgástica”.

O platô é aquele período em que a excitação não mais aumenta, pois chegou ao seu máximo, por mais estímulos sexuais o homem ou a mulher estejam recebendo. Pode variar de muitos segundos (trinta, segundo alguns autores) até vários minutos.

A um dado momento da fase do platô, ou consciente ou inconscientemente, ocorre o ápice, o momento “clou” do ato sexual, o momento que a totalidade dos homens e mulheres envolvidos no intercurso desejam e esperam, o orgasmo.

O orgasmo, nas mulheres, se caracteriza por um quadro miotônico de sucessivas contrações musculares reflexas, num ritmo de 0,8 segundos, dos músculos perineais pubocavernosos e pubococcígeos seguidas de relaxamentos, que o cérebro interpreta devido a liberação de mediadores químicos,como altamente prazerosa na maior parte dos indivíduos. O útero também se contrai, como assim existem vibrações da vagina e da plataforma orgásmica.

No homem as contrações musculares reflexas e rítmicas da uretra do pênis, dos músculos da raiz do pênis e dos músculos perineais. Também no homem as contrações, geralmente em número de sete, e num ritmo de 0,8 segundos.

No momento do orgasmo e ao longo dele existe uma perda parcial e até total da acuidade dos cinco sentidos, que juntamente com a sensação prazerosa levam a pessoa a um quase desligamento da realidade e do meio externo. Poeticamente, Kinsey a definia como a “la douce mort” (a doce morte).

Contudo, este esquema quatro fase de MASTERS & JOHNSON é uma modificação do esquema de duas fases de ELLIS.

Excitação e platô são subdivisões da fase de tumescência e orgasmo e resolução são subdivisões da fase de detumescência.

A grande médica psiquiatra e sexóloga Dra. HELEN SINGER KAPLAN.

 

 

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