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Distúrbios da Ejaculação

Inicialmente, deve-se esclarecer que ejaculação e orgasmo são dois fenômenos que em geral se manifestam ao mesmo tempo.

Contudo, pode ocorrer orgasmo sem ejaculação e vice-versa.

Muitos homens e suas mulheres ficam preocupados quando há uma dissociação total entre eles. Acreditam existir, então, graves problemas de saúde por trás dessa ocorrência, não sendo poucos a procurar um urologista ou um terapeuta sexual para esclarecimentos ou para tratamento.

Existem, em verdade, vários distúrbios da função ejaculatória e é importante enumerá-los e esclarecer o que ocorre em cada um deles. A sequência que estamos apresentando não representa uma graduação de gravidade ou de frequência.

São eles:
1) Ejaculação astênica;
2) Ejaculação reflexa;
3) Ejaculação retrógrada;
4) Ejaculação dolorosa;
5) Ejaculação precoce;
6) Ejaculação bloqueada;
7) Anejaculação ou incapacidade ejaculatória.

Na ejaculação astênica não existem jatos de sêmen, mas uma eliminação lenta do liquido espermático através do meato uretral. A musculatura envolvida na ejaculação é a bulbar e isquiocarvernosa (ver Anatomia do Pênis) que se contrai debilmente. Normalmente há uma lesão medular abaixo da vértebra lombar L1 (ver Anatomia do Pênis e Fisiologia da Ereção). Trata-se de indivíduos apresentando paraplegia. A Função reprodutiva não é, em geral, afetada.

A ejaculação reflexa ocorre em indivíduos paraplégicos, devido a lesão medular acima da vértebra lombar L1. A função reprodutiva é preservada.

A ejaculação retrógrada caracteriza-se pelo esperma dirigir-se para a bexiga urinária, em lugar de ir através do meato uretral. Pode ocorrer, então, um “refluxo” total ou parcial. Existe em ambos os casos uma incompetência do colo vesical ou colo da bexiga. (ver figura abaixo)

 

As causas mais frequentes da ejaculação retrógrada são cirurgias com lesão do sistema nervoso autônomo, como a prostatectomia radical entre outras, traumatismo do colo vesical por acidentes de motocicleta, lesões da medula espinhal, diabetes mellitus, alcoolismo, esclerose múltipla. Também alguns medicamentos com ação simpatolítica levam a esta disfunção.

É necessária a pesquisa de espermatozoides na urina para confirmação.

 

A ejaculação dolorosa geralmente é causada por infeções da próstata, das vesículas seminais e da uretra. Deve – se ter em mente as DST como causa primária, sendo necessária a pesquisa bacteriológica do esperma com o respectivo antibiograma. Existem outras causas de menor frequência.

Anejaculação ou incapacidade ejaculatória ocorre quando não existe produção de sêmen, lesões ou até ausência dos ductos deferentes e uso de medicamentos que bloqueiam a ejaculação. Causas psicológicas podem também ocorrer.

Dos distúrbios da ejaculação, o mais importante, com certeza, é a ejaculação precoce e, num patamar menor, a ejaculação bloqueada.

 

Ejaculação precoce: Introdução

Os distúrbios da ejaculação, para muitos autores, representam a causa mais frequente de queixas nos consultórios médicos. Em relação à disfunção erétil, os distúrbios da ejaculação, geralmente, não são percebidos pelo homem como um situação dramática para ele próprio e sim, às vezes, em relação à vida sexual do casal.

Em verdade, na ejaculação precoce (E.P.) (ou rápida ou prematura) normalmente o homem apresenta um orgasmo satisfatório. O fato se torna grave quando a parceira (o) reclama acusando-o por não conseguir alcançar o orgasmo, tendo em vista o homem em geral perder a ereção logo após ter ejaculado. Nessas ocasiões, se a mulher está próxima ao orgasmo sente-se altamente frustrada por não alcançá-lo. Há ainda as situações em que o homem ejacula mesmo antes de realizar a penetração, ou logo após a introdução do pênis. Estes, com certeza, são as situações piores para o casal.

O homem, também, sente-se frustrado, e a repetição constante dessa desagradável ocorrência pode provocar forte ansiedade que o leva a novas falhas ejaculatórias.

Muitas mulheres incentivam seus parceiros a procurar tratamento, mas outras, mesmo manifestando frustração, silenciam. Provavelmente, por trás desse comportamento remissivo existe uma “compensação” secundária.

Devido as “falhas” constantes, pode manifestar-se com o tempo uma disfunção erétil secundária, que pode dificultar ainda mais a terapia.

É difícil definir com exatidão a E.P., pois os parâmetros utilizados para tal, não são objetivos e sim subjetivos.

Enquanto que na disfunção erétil podemos “medir” com certa precisão a gravidade da situação através de oportunos exames laboratoriais, sendo assim possível contra medidas eficazes para a resolução da mesma, isso não é possível na E.P., sendo necessária uma outra abordagem diagnóstica e, de consequência, terapêutica.

A International Academy for Medical Sexology (IASM) define assim a Ejaculação Precoce:
<< É a condição persistente ou recorrente em que o homem não pode perceber e/ou controlar as sensações proprioceptivas que precedem o reflexo ejaculatório, produzindo mal-estar pessoal e/ou em relação à parceira >>.

No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-IV-TR (texto revisado) da American Psychiatric Association encontramos alguns critérios que se aproximam bastante da definição anterior. O primeiro critério é este:
<<A E.P. é o início persistente ou recorrente de orgasmo e ejaculação com estimulação mínima antes, durante ou logo após a penetração e antes que o indivíduo o deseje >>.

É importante que a “estimulação seja mínima”, pois é evidente que quando ocorre uma intensa estimulação e o homem estando fortemente excitado, se ele ejacular antes do que ele espera, pode-se pensar não tratar-se, com relativa margem de segurança, de uma ejaculação precoce.

O segundo critério é:
<< A perturbação deve causar acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal >>.

Achamos importante o adjetivo “acentuado”, pelo fato que para muitos homens o mais importante é seu próprio orgasmo, não se preocupando muito se a parceira (o) alcançou ou não clímax, não apresentando algum tipo de sofrimento.

O terceiro e último critério é que:
<< A E.P. não se deve exclusivamente aos efeitos diretos de uma substância (p. ex., abstinência de opióides) >>

Esta condição é importante pois não é possível avaliar com exatidão o grau de “sofrimento”do cliente e se a “estimulação” foi mínima ou não.

Classificação ou Subtipos:
Início (Ao longo da Vida versus Adquirida)
Contexto (Generalizado versus Situacional)
Fatores etiológicos:
a) Fatores psicológicos
b) Fatores combinados

 

Ejaculação bloqueada: Introdução

A ejaculação bloqueada recebeu muitas outras denominações e é interessante conhecê-las para o cliente não ficar confuso, pensando tratar-se de outras situações mais ou menos graves.

São elas: ejaculação retardada, incompetência ejaculatória, ejaculação inibida.

Sua frequência é bem menor do que a E.P., mas causa, às vezes, mais ansiedade ainda, pois na tentativa de alcançar o orgasmo, frequentemente tende a demorar muito na atividade coital causando desconforto à parceira.

Pode-se dizer que é o “contrário” da E.P., na ejaculação bloqueada existe ereção firme e penetração, se alcançar contudo, como foi dito, o orgasmo. Haveria um controle exagerado, um hiper controle, havendo um bloqueio específico do reflexo da ejaculação.

Como pode ocorrer na ejaculação prematura, ocorre com certa frequência disfunção erétil secundária.

Classificação ou Subtipos:
Primária: segundo Masters e Johnson (1970) seria a mais frequente.
Secundária ou Situacional: bem menos frequente. Alguns autores (Cavalcanti e Cavalcanti, 2006) a relacionam, às vezes, a uma conduta homossexual, onde o indivíduo pode ser disfuncional com a parceira fixa ou outra eventual, e pode ser funcional com pessoas do mesmo gênero.

Normalmente ocorre ejaculação com masturbação própria ou da parceira. Em alguns casos, nem com intensa masturbação se alcança a ejaculação e o orgasmo.

Etiologia

Causas orgânicas: medicamentos, drogas, cirurgias, processos genitais congênitos e algumas doenças do sistema nervoso.

Medicamentos: antidepressivos, ansiolíticos, barbitúricos.

Drogas: álcool, maconha, cocaína.

Cirurgias: amputação do cólon e do reto, lesões da medula e gânglios simpáticos (por lesões do sistema nervoso autônomo pélvico).

Causas Psicológicas: são consideradas as mais frequentes.
Existem várias teorias:

Psicanalítica: seria uma expressão narcisista de egoismo sexual.

Indeterminada: várias ações psicodinâmicas.

Educacional: intensa repressão sexual (associada, por vezes, com punições) em famílias com rígidos padrões religiosos ou ortodoxia extremada.

Pode a E.B. ocorrer por rejeição ou hostilidade à parceira após ter ele descoberto uma traição dela ou por ter sido estuprada.

 

 

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